Sunday 5 August 2012

When someone knows you...

...Things like this reach your inbox on a sunday and makes you feel comforted, supported, loved...Real friends, the special ones who, even miles away from you, can feel what you feel, can feel what you need ...
Thanks Barbara, mi "chilenita preferida"! TQM (te quiero mucho).
De tu amiga, "la artista" sensible! ;) L.


O canoeiro e o rio

Subiu na canoa assim como se fosse por determinação. Ali ficou ainda, segurando firme o remo, pensando no momento exato de começar e só. Não era a cheia, mas já era tempo. O que é certo cada um sente na alma, não depende de nada não. O encontro. Diante dele, imenso, profundo, o rio.

Respirou uma vez, de remo, de tudo, e lançou-se todo. A canoa remando. Cruzando o rio fundo, como se cruzasse um espelho de nuvens para sete anos de muita sorte. Respirando intenso, a cada remada mais. Ele, o remo, o rio. Intensamente tanto, até que cada um perdesse toda sua importância para nascer de novo em uma importância toda, correndo ainda sem saber aonde chegar, e dando por vezes conta que era ali mesmo.

Ali veio. A margem, uma, depois a outra. O rio colorido de dourado no reflexo do sol se pondo, infinito. Encostou a canoa no meio. Escolher a margem parecia difícil, difícil ir, difícil ficar. Doeu-se. A dor é porque em toda escolha existe uma desescolha, e sempre seria muito difícil desescolher o tanto que existe em uma margem, ou em outra, para com isso conseguir optar por uma das duas. Mas olhando o correr do rio, sentiu que era preciso. Afinal, o que seria de um rio, se ele não encontrasse uma margem, e depois a outra, para com elas fluir intenso?

Descansou. De canoa, remo e tudo, encostou a uma margem. Ansiava já pela hora de um novo encontro. Porque, no ir e vir do rio, são só os encontros que valem, e isso faz valer tudo.






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